OPINIÃO
Muita gente não gosta muito de meu estilo literário. Sou muito transparente, direto, objetivo e não aliso. Expresso o que eu penso e não pretendo convencer ou agradar. Na verdade, prefiro incomodar, pois incomodando levo à reflexão e com isso posso ajudar mais as pessoas e o mundo do que com belas palavras para agradar a todos. E valorizo a divergência como expressão de inteligência. Concebo o contraditório como imperativo. Entendo o conflito de ideias como necessário ao aprimoramento do pensamento. Mas o problema maior é que atualmente quando se diverge, o discordante é visto como inimigo. Isso é atraso. A diversidade foi ideia do Criador. Um dos maiores desafios do Brasil atualmente para o crescimento é o exercício da tolerância em conviver com o diferente. Exercer isso é o verdadeiro exercício da criação divina.
Fiz essa introdução para expressar uma constatação. Em três semanas três das maiores democracias e mais ricas economias do mundo tiveram seus Chanceleres pedindo para sair: França, Alemanha e Canadá. Todos os três países são Parlamentaristas.
Todos pediram para sair, e são Chefes de Governo, porque sofreram desconfiança da maioria dos parlamentares e do povo em seus governos. Pois é… Que diferença do nosso brasilzinho, né?!… Lá eles têm vergonha e pedem pra sair. Aqui estamos dizendo que está errado, que não presta, que não tá bom… e eles cinicamente nos impõem aceitá-los mais e mais.
Dá pra sentir o quanto somos e estamos atrasados???!!! E um país só é atrasado ou desenvolvido na mesma proporção de seu povo. A nossa classe política é somente o retrato do nosso eleitorado.
Então, dá gosto ver a França trocar de Primeiro-Ministro, ver a Alemanha ter em seu poderoso chefe a humildade de dizer que não dá mais pra ele. E em quase uma década no poder o chanceler canadense pedir o chapéu.
A mudança só serve de baixo pra cima! Assim foi no Japão e na Alemanha pós-guerra e hoje eles esbanjam ao mundo riqueza, tecnologia e avanço social.
A mudança verdadeira só virá de baixo pra cima no seguinte sentido: quando o indivíduo assumir a autonomia de seu próprio destino como cidadão.
Enquanto esperarmos salvadores da pátria ou que outros façam por nós o que é papel nosso, mudanças positivas não virão.
Por Allan Roberto, cidadão pedreirense
