POLÍTICA
Arthur Lira terá um encontro com Lula em breve. Entre as reclamações tradicionais da articulação, ele dirá para o presidente controlar o senador Renan Calheiros, seu principal inimigo.
Arthur Lira dirá a Lula que tem identificado o dedo do adversário nas tentativas de lhe tirar poder e que não aceitará qualquer movimento neste sentido. Também dirá que os ataques recentes de Renan – que foi às redes sociais acusá-lo de agressor de mulheres e caloteiro – tem a cumplicidade da articulação do presidente.
Segundo interlocutores do presidente da Câmara, ele não vai deixar passar. Vai dizer que Lula deve “controlar” o aliado.
É um triângulo que o presidente sabia que daria problema e estava empurrando com a barriga. E, segundo indicam fontes do Palácio do Planalto, Lula deve continuar a empurrar com a barriga.
O Bastidor vem informando desde o ano passado a dificuldade, ainda na articulação para a campanha eleitoral, que o petista enfrentaria.
Inicialmente, o então candidato Lula pedira a Calheiros que neutralizasse Arthur Lira. Havia o temor de que, poderoso, o presidente da Câmara emparedasse o governo.
Lira percebeu. Durante a campanha, escondeu Jair Bolsonaro, seu principal aliado, se reelegeu deputado e, adiante, voltou para o comando da Câmara.
Passada a eleição, Lula decidiu não brigar com Lira, apesar dos conselhos de Renan Calheiros e dos petistas do Senado. Preferiu seguir conselhos dos petistas da Câmara, que endossaram a aproximação com Lira.
De lá para cá, apesar dos cuidados de Lula, nada mudou. Ao contrário: o presidente da Câmara atribuiu ao senador, seu inimigo, a briga com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por conta das tramitações das medidas provisórias.
Por Nonato Viegas em O Bastidor