Leituras e descobertas do mundo
O que uma biblioteca é capaz de criar em meio a uma praça? (vou deixar essa pergunta destacada num único parágrafo para que não avancemos mecanicamente para possíveis respostas)
Desculpe, mas não tenho respostas precisas. Posso relatar algumas das experiências de Maria Luiza. Contou-me que levou o livro “Princesa Kevin” pra sua escola. O livro é de Michael Escoffier e ilustrações de Roland Garrigue. Relatou que a professora leu para os colegas da turma e que ela também leu sozinha durante o recreio, no pátio da escola (as crianças adoram relatar suas vivências). No seu caderno da leitora, escreveu que gostou muito da narrativa e da gravura de sua capa.
Uma biblioteca é uma potência criadora. Um campo aberto pros desejos e aspirações humanas. Assim tenho percebido a Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo nas praças que ocupa na cidade de Teresina. Pessoas passam. Algumas observam. Outras não notam. Algumas pegam um livro. Leem. Outras retornam…
Assim essa potência criadora se multiplica a cada dia. Não imaginem que é pelo número (a famigerada quantificação das ações). Multiplicam-se em vivências com muitos sentidos para as pessoas leitoras. (Basta ouvir as crianças. Infelizmente, educadores ocupam-se, quase exclusivamente, em falar).
Temos crianças assíduas que buscam estar com outras pessoas, ler, trocar ideias… Demandam atenção, contam histórias, relatam sobre suas experiências… enfim, simplesmente existem. Uma biblioteca é campo de existir. Lembrei-me de um campo de flores. Nas praças, criamos campos de pessoas apaixonadas pela vida.
Por Luciano Melo – educador