“É o reconhecimento dessa nossa trajetória”
Na geografia do tempo, a escritora, primeira romancista do Brasil, Maria Firmina dos Reis (1822), e a feminista Francinete Santos Braga (1969), ocupam lugares distintos. Partilham, contudo, da mesma terra: esse Maranhão de meu Deus. Duas mulheres pretas, criadas sobre um solo fértil de suplicante resistência, em um ambiente encharcado pelo patriarcado, racismo e machismo, sendo a opressão sua mais forte toxina.
É o mesmo senhor tempo que permite o encontro delas – neste caso não físico, mas simbólico. Nesta quarta-feira (21), a ativista dos Direitos Humanos, Francinete Braga, foi uma das homenageadas com a comenda Maria Firmina dos Reis, em cerimônia promovida pela Academia Maranhense de Ciências e Artes Militares (AMCLAM), Instituto Internacional Cultura em Movimento (ICEM) e a editora Mundo Cultural Word (MCU), realizada em São Luís. Na impossibilidade de estar presente, Francinete foi representada pelo também escritor pedreirense Allan Roberth Vieira Alves. Além da comenda, lançou-se a Antologia Maria Firmina dos Reis: “Tributo a uma negra Úrsula”.

“É o reconhecimento dessa nossa trajetória, que a gente vem fazem, há muito tempo, tanto dentro do Movimento Negro, quando no Movimento de Mulheres . É uma honra, uma alegria grande. Um aval de que, apesar dos percalços, nós estamos no caminho certo. Fico até sem palavras. Sou fã incondicional de Maria Firmina dos Reis, que rompeu fronteiras, o preconceito, o racismo e o machismo. Fez e continua fazendo história”, disse a apresentadora do programa Três Tons, em diálogo com o jornal O Pedreirense.