Gabriel Monteiro, 27 anos. Ingressou na carreira de PM em 2015. De lá pra cá, passou a ganhar notoriedade produzindo vídeos para o YouTube, mostrando sua rotina como policial. A notoriedade se dá, principalmente pelas polêmicas geradas em seus vídeos, ao abordar assuntos sociais. Em alguns deles, Gabriel é acusado de forjar falas para ganhar mais vizualizações, como em um vídeo que mostra o vereador instruindo uma criança a dizer que está sem comida.
Em 2020, envolvido em mais uma polêmica dentro de sua corporação, Gabriel tenta filmar escondido uma conversa com o comandante-geral da Polícia Militar, Ibis Silva, para colocar em seu material do youtube. Sem êxito, acabou sendo processado. Cinco meses depois foi expulso da corporação acusado de deserção.
Gabriel se intitula cristão, é filho de pastor evangélico e simpatizando de Jair Bolsonaro. Com a fama de ex-PM e os milhões de seguidores nas redes sociais, viu na política um caminho para continuar sua notoriedade. Tornou-se um dos vereadores mais votados do Rio de Janeiro, se elegendo com mais de 60 mil votos pelo Partido Social Democrático.
A carreira de Youtuber segue, agora como fiscal dentro de órgãos públicos, enquanto vereador do Rio de Janeiro. Em meio a uma série de reclamações e denúncias, que nos últimos dias se intensificaram, Gabriel vem sendo acusado de assédio e agressão a menor de idade e ex-funcionários, como relataram as vítimas.
Após ter um vídeo intimo com uma menor exposto, testemunhas afirmam que o vereador sabia que a envolvida era menor de idade. As partes afirmam que o vídeo gravado foi autorizado. A jovem de 15 anos, acompanhada da mãe e do vereador foram à 42° DP para abrir ocorrência sobre o caso, no fim de março.
Em meio a esta miríade de acontecimentos, outras denuncias contra o vereador foram surgindo, entre elas, a de estupro, como contou uma mulher não identificada, ao Fantástico, no último domingo (03). Segundo ela, no início a relação começou consensual, mas logo quando ela pediu para ele parar, e segundo a vítima ele não parou.
Nesta quinta-feira (07), Gabriel foi alvo de uma operação da Polícia Civil do RJ. Agentes da 42° DP cumpriram mandados de busca e apreensão. O vereador estava no local e acompanhou toda a operação. Não houve voz de prisão.
O Conselho de Ética da Câmara abriu um processo contra o vereador, na terça-feira (05), por decisão unânime. O vereador nega todas as acusações de estupro e assédio.
Eu não cometi crime contra ninguém. É mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro”, defendeu-se na 3° pessoa.