A primeira romaria ao Horto dos Milagres, em Pedreiras
Padre José Geraldo vai à frente. Diante dos degraus se inclina e o suor, sobre sua face, se mistura ao que escapa pelos olhos. Tem diante de si 180 degraus, que deverá percorrer até chegar a cruz de madeira, símbolo maior da fé cristã. Sozinho? Não! Fiéis católicos, de todas as idades, atenderam seu chamado e lhe fazem companhia nessa jornada que os convida a, literalmente, olhar para o auto. Os cânticos sacros, o riso de quem passa ao lado, alivia a caminhada do popular “padre velho”, que nos minutos seguintes haveria de celebrar.
“O sentimento de que agora começamos o nosso santuário. Graças a Branquinho, Dagmar e filhos, nós temos um espaço igual ao de Canindé, Juazeiro (ambos localizados no estado do Ceará) e em tantos outros lugares. Quando subi, lembrei-me que nosso santuário é social. Coloquei todos os pobres, infelizes, excluídos da sociedade (diz emocionado), que ao subir este monte, sentirá a liberdade em Deus”, diz Pe. José Geraldo, manifestando gratidão aos que, com ele, arregaçaram as mangas.
O Horto dos Milagres está localizando às margens da Avenida João do Vale. No sentido de quem chega à Pedreiras, interior do Maranhão, um pouco antes do shopping. É uma das muitas ações do Santuário de São Benedito, sob reitoria do pároco José Geraldo, cujo sonho teria se tornado concreto a partir da doação da família Branquinho, proprietária da aérea em que o horto fora construído.
“Ele estava procurando um espaço e encontrou a pessoa certa. Ele não sabia que eu tinha esse espaço quando conversou comigo manifestando o desejo dele. Para mim foi um chamado de Jesus Cristo. Compensador. Faria outras mil vezes se fosse preciso”, destacou o empresário Joaquim Branquinho.
O ponto de partida da romaria foi o Santuário de São Benedito, com centenas de pessoas percorrendo as principais avenidas da cidade. Pouco antes do início da celebração, sentada, Dagmar Branquinho observa a chegada de quem, na subida, ficou para trás, mas conseguiu chegar. Ela enxerga gratidão naquilo que contempla.
“Vejo todo mundo aqui procurando um Deus único e verdadeiro. Que este lugar sirva de amparo, sustentação para a oração de todas as pessoas. Não será fechado para ninguém. Que todo mundo em busca de Deus suba este monte”, ressalta Dagmar.
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Fotos: Joaquim Cantanhêde