Meu verso reflete
Um dos cernes da cultura brasileira
Um egoísmo predatório da realeza
Que relativiza realidades
E dá importância somente ao próprio Umbigo.
Se no ensino primário
Entendêssemos o que seria
Uma comunidade,
E que nosso bem estar
É intimamente ligado
Ao bem estar da nossa vizinhança,
Tudo seria bem diferente
Teríamos a tão sonhada bonança
Mas isso fica para as próximas gerações, Quem sabe, pois temos que reiniciar
Nossos sociáveis padrões.
Pode ser um reflexo
Do nosso urbanismo
Gerador de iniquidades e desordem,
Onde quem reclama é convocado
A se colocar “no seu lugar”,
No seu quadrado.
Ou seja, compactuar
Com este modelo estúpido
De sobrevalorização de espaços Combinada com a expansão
Precária de outros,
Pois só vivemos de embaraços.
Cidades que não são
Para as pessoas
Mas pra circularidade
Do capital financeiro e fundiário,
Isto é, prosperidade.
O mesmo que dita as normas
Urbanísticas e coopta o poder público Ávido por recursos.
Mas fica a pergunta no ar,
Por qual razão Michele
Recebeu 89 mil reais?
Balbino Pachêco