Ocupação na Conab, em São Luís (MA)
“Nosso protesto é pela garantia dos recursos da PGPMBio. Não estamos recebendo as explicações que merecemos. A subvenção é a nossa única fonte de renda”, afirmou uma, das mais de 40 quebradeiras de coco babaçu, que ocuparam a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em São Luís, nesta segunda-feira (16). A mobilização versa sobre os recursos que não foram repassados nos últimos dois anos, por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio). Elas reivindicam o pagamento de R$ 56 mil relativos à comercialização do babaçu nos municípios de Viana, Cajari, Pedro do Rosário, Penalva e Matinha, na Região da Baixada Maranhense.
A PGPMBio tem como objetivo garantir um valor mínimo para produtos extrativistas, como o babaçu, que são fundamentais para a preservação dos biomas brasileiros. No entanto, 286 trabalhadoras da Baixada Maranhense não receberam o pagamento referente ao ano passado, que afetou cerca de 450 quebradeiras de coco da região.
Representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Conab estiveram no local para tentar dialogar com as manifestantes, mas, segundo as quebradeiras de coco, a resposta não foi suficiente. “Estamos lutando pela subvenção. Enquanto não resolverem, não vamos sair daqui”, declarou Maria Natividade, uma das líderes do protesto, que também é quilombola.
“Até agora não temos nenhuma resposta positiva. A informação que temos é que o MDA juntamente com a CONAB estão fazendo articulações pra tentar resolver a questão. Mas enquanto isso a gente permanece na ocupação nesse sentido de continuar resistindo para que nossa reivindicação seja atendida”, relatou Vitória Balbina, indígena do povo Akroá Gamella e quebradeira de coco babaçu.
O protesto continua na sede da Conab, sem previsão de término, até que as reivindicações das trabalhadoras sejam atendidas.
“Enquanto muitos outros públicos estão recebendo recursos, investimentos, uma política que beneficia mulheres extrativistas, infelizmente está tendo cortes. O que é desproporcional no sentido de fortalecer esse público que muitas vezes não consegue receber o apoio devido”, finalizou Vitória Balbina.