“Não nascemos em função do poder, mas estaremos atentos, diariamente, aos atos dos atores sociais que de autoridade se acham outorgados”, trecho do primeiro editorial, publicado em junho de 2020, mês de surgimento do portal O Pedreirense.
Após mais de um ano, agora, com orgulho e vocação, podemos atualizar o tempo verbal desta frase. “Não trabalhamos em função do poder”. Isso garante, a nossos jornalistas, liberdade para apurar, escrever e por fim publicar. Do começo até aqui, nossa relação de respeito com os poderes constituídos nos impele a manter a devida distância, evitando que nosso jornalismo seja embriagado pelas benesses que esse tipo de aventura propõe.
Na visão molecular de Raphael Branco, Secretário Municipal de Cultura, nosso trabalho, não palatável aos gostos de quem, assim como ele, faz parte da gestão, é uma demonstração vívida do que ele chama de “problemas pessoais com a gestão”. Segue a íntegra: “Esse é o papel do jornalismo sério, do contrário só vai mostrar o que todo mundo já sabe, que esse portal de notícias tem problemas pessoais com a gestão”, diz ele, queixando-se no espaço de comentários da publicação “Anunciada por Simplício, obra de revitalização do campo do Mutirão deve ‘ser paralisada’ segundo a Prefeitura de Pedreiras, que alega ilegalidade”.
Essa ilação do secretário é fruto de uma percepção distorcida da sociedade, que logicamente difere da nossa. Nela, diferentes interações sociais se entrelaçam, numa confusão entre público e privado. Contudo, sabemos separar questões pessoais – que se diga, não existem com relação a nenhum membro de nossa equipe. Não confundimos conversa de bar com redação trabalhando em plena segunda-feira. Nosso jornalismo é coletivo e apenas o interesse público o pauta, notadamente desagradável à parte dos que integram a atual gestão.
Mas o secretário, que agora questiona nosso trabalho, é o mesmo que bateu palmas quando mostramos fatos agradáveis aos olhos da gestão. Recebemos as críticas da mesma forma: aprendendo com o que for válido e fizer sentido. O tempo cuida do resto.
Nossa caneta é livre. Garante nossa independência na escolha das pautas. Nossas palavras, ácidas ou doces, só devem à liberdade poética, com o qual esta democracia permite- nos trabalhar. Nutrir simpatia ou antipatia não é a missão que nos rege. Reafirmamos nosso compromisso com os fatos, respeitando cada etapa do trabalho. Nosso jornalismo não tem preço, mas reconhecemos o seu valor.