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domingo, fevereiro 16, 2025

O perigo do governo Trump

COLUNISTA


A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos é uma simbologia do que o mundo está passando com relação a política. Os impactos que a mesma terá na geopolítica mundial só o tempo dirá, mas é certo que terá impactos imediatos, principalmente na agenda ambiental, na comunicação e na economia. De forma imediata na questão nas pautas dos direitos humanos, da imigração, na questão de gênero. Alguns desses impactos é difícil mensurar, já que parte do que o atual presidente Trump fala em seus discursos histriônicos, é verborragia de um populista, que tenta agradar sua base de apoio mais radicalizada. No entanto, a decisão de perdoar os criminosos do atentado ao Capitólio, a saída do Acordo de Paris e a retirada do país da OMS, mostra o nível de aberrações que o país passará nos próximos anos. A fala de que vai anexar Groelândia e Canadá, que tomará o Canal do Panamá, e que irá renomear o Canal do Golfo para Canal da América, sinaliza o nível da mentalidade expansionista de Trump, como também demostra a quanto mais radicalizado está seu discurso de extrema-direita.

Assim como no seu primeiro mandato, parte de suas promessas não puderam ser cumpridas, ou em razão do próprio pragmatismo da politica e da economia, ou porque não teve apoio suficiente a nível local e internacional. O certo é que nem todas as promessas são plausíveis de serem realizadas, já que no mundo factível é diferente das narrativas dos discursos políticos. No entanto, o agora presidente Trump, nesse mandato tem já mais experiência e mais controle sobre os ditames do seu governo. Nesse ponto é inegável que terá mais força para fazer as mudanças que pensa ser a marca de seu mandato.

O que se passa nos Estados Unidos é a expressão do que ocorre também em grande parte do mundo, principalmente no ocidente, aonde a extrema-direita se organiza, principalmente com o auxilio das chamadas big techs que a partir de um discurso falso de “liberdade de expressão”, facilita os discursos negacionistas, a pregação do ódio contra minorias, e principalmente a desinformação, alinhada a um discurso que tenta a todo tempo descredibilizar as instituições, como também corrompe a própria democracia.

O mundo há alguns anos já vive uma “guerra sem fim” da polarização política, algo que a curto e médio prazo não cessará.  Esse mundo em constante transformação é a nova realidade, e nesse cenário, a mudança é o alcance cada vez maior das big techs, que por conta da lucratividade abre mão de qualquer principio humanitário e civilizacional. Como a lucratividade dessas empresas de tecnologia informacional se amplia com a liberdade inrestrita, as mesmas se acomodam mais ao campo da ultradireita, que tem nessa bandeira uma premissa.

Agora aqui cabe também uma reflexão – uma tentativa de demonstração de força superior, muitas das vezes, é a vulnerabilidade se mostrando. Talvez essa ferocidade toda de Trump (representando os EUA), é a declaração mais expressiva do fim do império dos Estados Unidos. O tempo dirá…

Por Jaime Ribeiro, professor de Geografia

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