Em defesa da liberdade de imprensa
O jornal O Pedreirense observa, com preocupação, os constantes ataques proferidos pelo suplente de deputado Fred Maia em relação a setores da imprensa cuja linha editorial nitidamente o contraria. Verifica-se que, o político, com certo grau de influência no Médio Mearim, intensifica suas bravatas contra profissionais da imprensa local.
Na manhã desta quinta-feira (22), estando em Brasília – DF, o suplente, sem qualquer constrangimento, ao participar de um programa de rádio, usou parte de seu tempo de fala no enaltecimento da condenação de um profissional da imprensa após processo judicial movido pela Prefeitura de Pedreiras, Maranhão, sob comando de Vanessa Maia, sua esposa e prefeita.
Contudo, foi além. Fred, que não tem cargo no governo, mas fala como se tivesse, disse que a reportagem que denunciava suposta negligência do Hospital Geral de Pedreiras, também seria judicializada. “Para que a justiça possa, dessa vez, até pedir a prisão preventiva desse tipo de gente”, disse o político, argumentando que o caso não poderia ter sido exposto pelo fato de estar sendo investigado.
Dois pontos chamam atenção na fala de Fred Maia. Em um deles fica evidente que o político versa sobre algo que desconhece. Uma coisa é o padrão comunicacional adotado pela equipe hospitalar diante de casos como o narrado na reportagem, outra é como a imprensa deve reportar. Os pais, que concederam entrevista ao repórter, foram coagidos para tal? O exercício do jornalismo, naquele momento, violou direitos fundamentais, em especial, da mãe ilutada? O que incomodou o suplente, foi o fato do comunicador ter ouvido os pais ou o teor da denúncia?
No segundo e mais relevante ponto, fica latente o incômodo do líder político em relação à uma parcela da imprensa local, livre de suas influências, em especial, econômicas. Quando, ao ameaçar um repórter em razão de seu trabalho, exprimindo, inclusive, o desejo de vê-lo preso, o político, que pretende ser, pelo voto, representante da Região do Médio Mearim, nivela a política local ao que há de mais baixo. Só figuras que desprezam a democracia agem dessa maneira. Mas nada que menos celular e mais Constituição não resolvam.
É legítimo que se cobre por mais ética do jornalismo e seus profissionais, mas não é na prisão que isso se aprende.
O jornal O Pedreirense, em solidariedade ao repórter indiretamente mencionado, ratifica seu compromisso com o livre exercício da profissão, sempre em posição antagônica aos que querem suprimir a tão valorosa liberdade de imprensa.
