OPINIÃO
Jornalismo não é brincadeira. Diariamente a população recorre aos veículos de comunicação para ter informação, em especial, sobre o que lhes impacta mais diretamente. Em todas as dimensões possíveis, o trabalho jornalístico, feito com responsabilidade e critério, não apenas fortalece a democracia, mas contribui para que o debate público seja o mais diverso possível.
Na contramão disso, vivemos, nos últimos anos, uma epidemia de Fake News, que como se percebe, é danosa e se não for combatida com as armas constitucionais, nos levará a ruína. Se jornalismo é ouvir, apurar, mostrar, observando um código de ética, o universo da Fake News é substancialmente o oposto. É criado para manipular, mobilizar e violentar e nossa história recente mostra que tem logrado êxito, mas a democracia vive. Ainda bem!
É no espaço democrático que pode se votar, ainda nesta semana, a PEC 206/2012, popularmente conhecida como “PEC do diploma”, que se aprovada estabelecerá a formação superior em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, como exigência ao exercício profissional.
“Entre as batalhas mais urgentes está a necessidade de realizar uma reparação histórica e aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Nº 206/2012, que restabelece o diploma de graduação em Jornalismo como critério único e impessoal de acesso à profissão de jornalista. Precisamos corrigir o erro colossal cometido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, desde a decisão de 2009, derrubando essa prerrogativa, estimulou o desmonte da profissão, o aumento da atuação de disseminadores de fake news, fraudes na contratação de profissionais, descontrole nos registros profissionais, redução salarial, entre outras mazelas”, destaca a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que tem estado na linha de frente desta luta.
Este jornal, que trabalha diariamente para aprimorar e qualificar cada vez mais seu jornalismo, se coloca, a exemplo de tantas outras entidades, favorável à aprovação PEC 206/2012. Não nos parece lógico que, diante de sua importância, o jornalismo seja tratado com tanto desdenho, quando, diante dos desafios que se colocam, deveria ser fortalecido. A formação é fundamental, assim como é para o médico, o advogado e o pedagogo, a título de exemplo. Não é negligenciando o ensino/formação e como consequência a diplomação que se garantirá pluralidade, qualidade e coberturas abrangentes. O jornalismo brasileiro não é algo acabado, totalizado, pode se aprimorar. O diploma não é tudo, mas é começo necessário.