“Depende de um conjunto de medidas estruturantes”, diz Ministro do Meio Ambiente
Jair Messias Bolsonaro (PL) foi eleito, em 2018, tendo como uma das promessas, acabar com os lixões e aterros controlados espalhados pelo Brasil. Em abril, o mandatário assinou decreto que institui o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, na qual estabelece, como previsão, o fim da destinação de resíduos a lixões e aterros controlados a partir de 2024.
Dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), contudo, mostram que na velocidade do ‘Lixão Zero’, essa meta só seria atingida em 2063. O programa é uma das vitrines da gestão Bolsonaro. Segundo dados, em 2018, desprovidos de aterros sanitários, 3.001 municípios destinaram seus resíduos sólidos a lixões e aterros controlados. Em 2020, essa marca chegou a 2.868 municípios. Ou seja, 133 evoluíram. Neste ritmo, seriam necessários 43 anos para o fim dos lixões, adiando o feito para 2063.
“O encerramento dos lixões não pode ser calculado por meio de uma regra de três simples. Depende de um conjunto de medidas estruturantes para possibilitar a viabilidade técnica e econômica do encerramento. Não estamos ainda em 2024 para se dizer que algo foi ou não alcançado”, argumenta o Ministro do Ambiente Joaquim Leite.
Em Pedreiras dezenas de famílias vivem em torno do lixão, localizado no popular Morro da Balança. Dele aproveitam o que podem. A ideia de um aterro sanitário já esteve em alta, mas até aqui nenhum sinal de que poderá sair do papel. Do ponto de vista local, surgem ideias pontuais, como é o caso do Ecoponto, inaugurado em abril, pela Prefeitura de Pedreiras. O desafio posto é incluir, quem literalmente vive no lixo, nestes novos contextos e urgências ambientais.