PL em prol da vida dos babaçuais e das quebradeiras é reprovado
Uma semana após ocuparem a Câmara de Vereadores de Lago do Junco, Maranhão, quebradeiras de coco babaçu voltaram a marcar presença durante sessão realizada em um lugar que lhes perece difícil de conceber como ‘casa do povo’, especialmente, pelo tratamento dado ao Projeto de Lei (PL) que tem como objetivo “instituir e definir como zona livre de agrotóxicos a produção agrícola, pecuária, extrativista e as práticas de manejo dos recursos naturais no município”. Finalmente pautado, prevaleceu o uso dos agrotóxicos e de quem dele se lucra, ainda que isso custe a saúde dos babaçuais, das quebradeiras, no que já é uma ameaça aos seus modos de vida.
O PL não vingou, ainda que tenha recebido votos favoráveis de pelo menos quatro vereadores, Elidevan Ferreira de Sousa (PT), Tiago Fialho Lopes (PcdoB), Ronaldo Sousa Cruz (PDT) e José Leopoldo Pereira (PT). A abstenção do vereador Francisco Erinaldo Pais da Silva (PcdoB) e a ausência de três parlamentares, pela segunda vez consecutiva, Marinete Oliveira Cunha (PDT), Sergio Lois Oliveira Pinheiro (PDT) e Manoel Bezerra De Sousa Filho, foram determinantes para a consolidação de um cenário favorável aos que recorrem à pulverização aérea.
O jornal O Pedreirense encaminhou duvidas ao presidente do parlamento Antônio José Da Silva Junior. Até o momento não houve retorno.
“Onde colocam o veneno prejudicam as águas, no lugar em que a gente pesca, tirando a sobrevivência dos igarapés. Os peixes são envenenados, a gente não pode comer e muitos morrem com o uso de agrotóxicos que tem hoje, descontrolado, em nossa região”, desabafa dona Ivete Ramos dos Santos, presidente da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues (AMTR).
Entenda o que está em jogo na reportagem Fazendeiro manda, drone obedece: ‘chuva de veneno’ ameaça extrativistas do babaçu em Lago do Junco.