Aos 100 anos, Pedreiras, a Princesa do Mearim, tem diante de si uma campanha eleitoral cujo resultado será sabido no dia 15 de novembro de 2020, mas seus frutos colhidos nos próximos quatro anos. Essa sociedade tão queixosa de seus políticos, tem sobre si o peso da decisão. O que somos, nossos acertos e erros partem de como, enquanto coletivo, percebemos a política. Mais do que escolher o próximo chefe do executivo municipal e os legisladores, Pedreiras dirá que tipo de política lhe agrada.
O que falará mais alto em uma sociedade, que sendo parte desse todo desigual chamado Brasil, a fome faz calar as utopias? Que visões políticas subirão os morros, baterão às portas, abraçarão os pobres? A política da liberdade de pensamento e das ideias? Da emancipação do sujeito e do exercício de uma cidadania plena? Aquela tão apegada a participação popular, sem medo de ouvir as comunidades ou a política dos foguetes, onde ninguém se escuta?
Este portal defende a serenidade e o bom senso. Defende que esse momento, tão importante, diante da escolha vindoura, deva ser pautado por uma outra postura e nela o diálogo deve predominar. Não faz sentido uma campanha pautada na balbúrdia, na falta de respeito com simpatizantes e divergentes. Não há o que comemorar. Enquanto cidade, precisamos abdicar das raízes de uma política que não tem produzido bons frutos. As campanhas, que nessa data professam demasiado amor pela cidade, deveriam, em acordo, abdicar de tudo aquilo que não nos aproxima de uma cidade melhor: foguetes, o barulho estridente das motos com escapamento adaptado, as baixarias e a Fake News. São elementos que no mundo físico e virtual produzem ruídos que destoam dos preceitos que regem a democracia e a cidadania.
Ratificamos um ponto crucial para nossa existência enquanto veículo de comunicação: não nascemos em função do poder. Almejamos tão somente cumprir o que o jornalismo nos pede. Na cobertura da Eleição 2020, em Pedreiras, manteremos a postura de igual tratamento com todas as candidaturas, pondo sobre a mesa, no ato de informar, os critérios de noticiabilidade, fundamentais para trabalho jornalístico.
No campo da “opinião”, por vezes manifesta em nossa coluna sobre política, cada autor continuará tendo a mesma liberdade para propor reflexões e inquietações e jamais difamações, cabendo a cada escritor a responsabilidade sobre o que escreve. Se acusar, terá que provar. O Pedreirense, a exemplo do que faz agora, se manifestará, quando necessário, via editorial, tão somente.
Somos uma equipe pequena, mas diuturnamente engajada para produzir jornalismo de qualidade e densidade. Reconhecemos que muitas são as fontes de informação dos pedreirenses, fato que nos impulsiona na produção de um jornalismo que faça a diferença, capaz de ir além do básico, que é informar. No que de nós depender, essa campanha será um espaço concreto para a exposição de ideias, propostas e caminhos administrativos para Pedreiras. Questionaremos, sem medo, a viabilidade de cada uma.
Compreendendo que as velhas formulas nos levarão aos resultados de sempre, desejamos aos pedreirenses, discernimento para distinguir as intenções de cada figura que pretenda lhe representar, seja no legislativo ou executivo. Que as demandas coletivas prevaleçam ante o desejo, de muitos, de obter, da coisa pública, vantagem indevida. Que os candidatos abandonem o terreno da baixaria, lançando mão do equilibrado debate.
Que o bom senso vença.