Seção de humor e ficção do OP
Sem repórteres, chefes de estado e canto gregoriano, os pedreirenses velam a carcaça de um dos semáforos que outrora regulava o aloprado trânsito local. Apesar disso, a cerimônia fúnebre já passa dos 80 dias, superando o rito papal. Para nossa sorte, o corpo do moribundo semáforo não fede.
Se Roma conta com Ilze Scamparini, Pedreiras tem Fred Maia. “O semáforo morreu por conta do Hospital Macrorregional, que é porta fechada”, alardeou nosso repórter, vulgo suplente de deputado, em seu programa de rádio.
Entidades de direitos humanos criticaram a demora na entrega da ambulância do SAMU pela prefeitura. Argumentam que uma vida, a do semáforo no caso, poderia ter sido salva. Sem perspectiva de quando ocorrerá o sepultamento, o corpo segue pendurado feito Judas em sábado de aleluia.