OPINIÃO
Vivi tempos em que ex-prefeito e ex-deputado Raimundo Louro era o dono da bola, o Messias do açúcar com sabor de sal. Não era raro ouvir quem gabasse seu jeitinho de fazer política, questionável por sinal. Durante muito tempo foi referência de articulação política por essas bandas (Médio Mearim). Os tempos são outros e a julgar pelo desenho das urnas, seu antigo aliado, o deputado Fred Maia, amplia seu poder, enquanto Raimundo não viu ser eleito vereador em Pedreiras (MA), Guilherme Louro (PL), seu neto, que obteve 735 votos.
O dito, outrora considerado o maior político da região, caminhou pelas margens no pleito deste ano. Após a derrocada de 2020, quando apoiara Humberto Feitosa e colocara a filha como vice, se tornou uma figura cujo apoio político é indesejado. Fala-se em rejeição, coisa que ele não concorda. No fim das contas, diante do disse me disse, a urna tem sempre a última palavra. Ela o continua dizendo: não.
Ainda pela manhã de domingo (6), Raimundo foi ao Centro Educa Mais Olindina Nunes Freire. Ali o azul do Partido Liberal (PL) se encontrou com o amarelo de Partido Socialista Brasileiro (PSB) da camisa vestida por Dr. Humberto, que aguardava permissão para entrar na sala e votar. Por ali também estava Katyane Leite. Levados, por ele, para mais longe da porta e do movimento de eleitores, dialogaram por alguns minutos, enquanto eu os fotografava. Do que disse Raimundo só isso me foi audível: “tudo pode acontecer”. O ditado popular, que não termina assim, teve razão. No caso de Raimundo “inclusive nada”.