( In memorian a Frei Raimundo Valle)
Nos jardins de chuva enferrujada
Poças de água estagnada
A face do clérigo lixada
Tantos anos na escuridão
No sal e limão
Seu busto , começa a luzir.
As mãos do artesão,
Digerem o vazio
Com as asas a arrastar pelo chão
Estilhaços dispersos de lucidez
Lufada de bronze cuspida na cara
A escorrer pelos dedos ásperos
Alucinante delírio nas ranhuras
Nas rugas , do frei
Encalhadas nas margens do rio
Direi, que foste o precursor
Desse torrão promissor.
São poucos metros de solidão
Num varal de cinzas,
Estendido ao vento.
Num convento distante
Fez valer , a fé num lugar
Equidistante, o frei
Infante.
Por Balbino Pachêco – Poeta e Artista Plástico