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domingo, fevereiro 16, 2025

Maternidade e planejamento financeiro

COLUNISTA


A chegada de um bebê, geralmente, é um momento de amor a alegria na vida da família, porém é preciso ter consciência de que há muitos custos que envolvem essa chegada, com o pré-Natal temos as vitaminas, as consultas e os exames, então, quando a criança chega ao mundo, temos outros custos que envolvem a criação dela. E os valores são altos! O gasto para criar um filho até os dezoito anos pode chegar até 3,6 milhões de reais, porém considerando apenas os gastos mínimos de uma criança esse valor gira em torno de R$ 260 mil.

Em torno de 30% da renda da família vai para a criação do filho. Segundo o IBGE até os seis meses de idade, considerando apenas gastos básicos (ou seja, sem contar brinquedos, carrinho de bebê e outros), o custo é de mais de R$ 2.500,00 considerando que até essa idade a criança somente se alimenta de leite materno, mas usa plano de saúde, vacinas e fraldas.

A partir dessa idade até os dois anos, o gasto mínimo sobe para mais de 23 mil, pois inicia-se a introdução alimentar e viroses geralmente vindas do convívio na creche. Aqui, além do plano de saúde e fraldas, entram os gastos com creche. Considerando dos três aos cinco anos esses gastos sobem para quase 29 mil, incluindo alimentação, plano de saúde e escola.

Nos próximos seis anos seguintes, até os doze anos, o gasto básico chega a 108.500,00. É nesse período que os pais começam a inserir atividades extracurriculares, como esportes, música ou idiomas a fim de desenvolver outras habilidades na criança. Então, a criança se torna adolescente, e durante esses cinco anos, dos treze aos dezoito, os gastos com saúde, escola e alimentação chegam a mais de 95 mil reais, pois nessa fase entram os cursinhos e outras necessidades que fazem parte do período como passeios e eletrônicos.

Portanto, para se ter um filho é necessário ter um bom planejamento financeiro. Mas como fazer isso? Seguem algumas dicas de como se planejar antes da chegada do bebê.

O planejamento financeiro é a forma de organizar e administrar seu dinheiro para alcançar seus objetivos e obter satisfação pessoal. É muito importante ‘ cultivar o hábito de anotar seus gastos e compreender que fazer um planejamento escrito é a melhor maneira de fazê-lo de forma concreta para sonhar e realizar com objetivos plausíveis.

Para isso é preciso fazer um balanço mensal de suas receitas e despesas para conseguir visualizar de onde sai e para onde vai o seu dinheiro que muitas vezes você nem percebe que saiu. Em média, as pessoas da classe média brasileira não conseguem separar 20% dos seus gastos e anotar os gastos já costuma reduzi-los por volta de 12%. É primordial pagar as dívidas, se não sobra nada do que ganha então é preciso reduzir gastos e economizar.

Para isso, as primeiras despesas a eliminar são aquelas que apresentam cobrança de juros. Depois cortar despesas desnecessárias como viagens, restaurantes e roupas novas. Ser rígido com esses gastos é essencial. Além disso, tentar economizar com luz, gasolina, água, internet e celular. Claro que muitas vezes não se pode fazer isso abruptamente, mas fazendo uma economia gradual mensal, reservando de 10 a 15% da receita para pagar dívidas, já fará diferença.

É importante fazer orçamento mensal de forma a planejar os gastos a fim de controlar e fixar limites em relação ao que pode ser despesa em cada categoria do orçamento. Quando for negociar dívidas sempre peça abatimento e se estiver tendo problemas com cartão de crédito e cheque especial, prefira o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) oferecido pelos bancos ou empréstimos consignados que são associados à folha de pagamento, pois os juros são bem menores.

Entre as etapas do planejamento financeiro estão determinar a situação financeira atual; determinar a metas financeiras; identificar as alternativas sobre como agir; avaliar essas alternativas; criar e implementar o planejamento financeiro; e como esse planejamento é algo dinâmico, então, posteriormente, é preciso que ele seja revisto e revisado.

Na primeira fase, é preciso saber como estão as dívidas, se a pessoa gasta mais do que ganha, se gasta tudo o que ganha ou se consegue economizar. Na segunda fase, é necessário definir quais metas se quer atingir, portanto é preciso compreender qual seu pensamento sobre o dinheiro, se são metas domésticas, desejo de consumo, aposentadoria, entre outros. Aqui é preciso separar o que são necessidades e o que é desejo.

No terceiro passo, identifica-se quais as alternativas para chegar a atingir as metas, continuar no mesmo caminho, expandir a situação atual ou mudar totalmente. Nesta etapa geralmente se monta um programa de pagamento de dívidas. O próximo passo é avaliar as alternativas como um caminho a seguir e considerar as perdas, os ganhos e outras consequências desse caminho.

A quinta etapa é de ação efetiva para o alcance das metas. Aqui há perguntas como: o que você pretende fazer exatamente? Mudar de emprego? Conseguir mais clientes? Cortar gastos para economizar? Respondendo essas perguntas, você já pode começar a implementar seu planejamento financeiro de fato. A última fase envolve a revisão do planejamento periodicamente considerando que existe a possibilidade de mudanças na economia, sociais e pessoais que podem requerer uma readaptação da ideia inicial.

Considerando que, no Brasil em 2024, a taxa de inadimplência calculada a partir do Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) era de 41,23% dos adultos, não deixe seu filho entrar nessa conta, planeje-se quitando dívidas e se organizando com um planejamento financeiro adequado a sua realidade antes da chegada do seu bebê.

Por Gisella Morais, formada em Relações Internacionais e Economia, com Pós-graduação em Gestão Pública. 

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