Leituras e descobertas do mundo
Ler sob a brisa da manhã na companhia de garças, bem-te-vis, rolinhas fogo apagou e outros tantos que aprecio, mas infelizmente não sei nominá-los. E a brisa matinal de julho. Em junho e julho, as manhãs de Teresina possuem um sabor leve e fresco. Apreciar a vida de novas formas, uma nova expressão para a Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo.
Ao vir à Praça dos Orixás, pensava sobre o tempo. O tempo de meu sábado visita outros campos. Sem pressa, sem resultados em vista. Apenas o tempo de existir: arrumar a biblioteca, acolher as crianças, dialogar sobre as histórias dos livros e das vidas das crianças, sentir outros movimentos de vida. O tempo ganha matizes inesperados na Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo.

Entregar-se a outro propósito. Kauã discutia as gravuras de um livro. “Isto é um macaco?”. Estranhar, ver outras possibilidades, desconstruir momentaneamente a lógica racional, aventurar-se no inaudito… Apreciar nossa biblioteca na praça tem disso: uma aventura insondável no universo.
No entanto também vivemos mesas vazias e livros à espera. O convite às fantasias literárias não é atendido por muitas crianças. E aprendemos que ler um livro não deve ser uma obrigação, mas um desejo sincero. As crianças espontaneamente chegam à nossa biblioteca na praça e retornam segundo seus desejos. Buscamos acolher seus desejos. Alguns pais. Outros poucos educadores também. Esta é a Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo – um encontro de desejos insondáveis.
Por Luciano Melo, educador






