OPINIÃO
Não! Ninguém em sã consciência acharia que, ao se “instalar” em Pedreiras (MA), o clã Maia se contentaria com quatro anos de poder. Essa casta política, semelhante a outras ao longo de nossa história, não se conforma com pouco. Perpetua-se como pode, à luz de um regramento político defasado, que no fim das contas desvirtua o conceito do termo política. Essa gente concebe a coisa pública como mais um de seus latifúndios, uma casa de apostas e nela ninguém entra para perder. Ganhar, somente ganhar.
A campanha para a reeleição de Vanessa começou (informalmente) em 01 de janeiro de 2020, seu primeiro dia como gestora. É natural, aos que ocupam o poder, ônus e o bônus da evidência. Se existe uma coisa que seu grupo compreendeu, ao longo desses quase quatro anos, é a força da comunicação. Tanto que Vanessa perdeu quando calou e quando tardou falar diante de situações que exigiam explicações ou um posicionamento. Ela sabe que quem não é visto, não é lembrado.
Para a vindoura disputa política de 2024, seu caminho acha-se bem melhor pavimentado que o da oposição. Aliás, efetivamente, quem unicamente lhe fez oposição, ao longo dos últimos anos, foi a parlamentar Katyane Leite, hoje pré-candidata. Apesar do seu protagonismo, ainda não encontrei quem diga que tenha musculatura suficiente para ser o nome que rivalizará com a atual gestora.
Enquanto os quatro cantos da cidade sabem que Vanessa tentará se reeleger, a população desconhece essa dita oposição. O que ela come? Que ideias de municipalidade veste? Qual o seu nome? Tem um rosto para nos apresentar? No que se difere, para melhor, em relação a atual gestão? Uma hora é um, depois dizem que ser outro, mas de concreto ninguém. Amigos, o tempo na política é diferente e é na urna que ele costuma cobrar seu preço.
Quem conhece o passado político de Pedreiras sabe o papel já ocupado pela oposição. Isso quando essa história de rede social era um papo para lá de futurista. O que se tem hoje, no cardápio, são nomes que não animam. O babujado paira sobre Humberto Feitosa, Cascaria e Antônio França, ex-prefeito.
O primeiro costuma sumir da arena do debate público. Temendo ser taxado de oportunista, se ausenta de momentos em que cabe sua participação. Não se trata de ser figura política 24h, mas quando o momento requerer. Até Simone Tebet, por exemplo, fez uso político do escândalo “a cidade mais banguela do Brasil”. Dr. Humberto optou pela indiferença, o que não é lá uma característica bem vista em quem ele se diz liderança.
Júnior Cascaria, que segundo informações extraoficiais seria o preferido do governador Carlos Brandão, é só mais uma figura sedenta pelo poder. Se pode esperar algum tipo de ética de um político cujo um dos primeiros atos, como deputado estadual, foi empregar parte da família em seu gabinete? Tomando como base o apetite pelo poder, que diferença há entre ele e Fred Maia? Dizem que tem muito dinheiro, mas a fórmula vai servir para derrotar Vanessa, que não vai de mãos vazias?
Já Antônio França é confrontado com os fracassos de sua gestão e a rejeição de quem não o aprovou. Lhe bastará a fama de ter sido um prefeito que pagava em dias o funcionalismo? Com que cara, por exemplo, pedirá voto no bairro Maria Rita e na rua da Corrente (Diogo), símbolos do que ele não fez? Como uma figura conhecida pelo letreiro de isopor pretende convencer o eleitor no confronto com um governo especialista em fachadas? Na guerra fria da pirotecnia Vanessa leva a melhor.
Há quem acredite em grandes reviravoltas. Que do nada, literalmente, ecloda um nome capaz de agregar e ter vitalidade para ameaçar uma reeleição que me parece ser mais uma questão de tempo. Vanessa tem cartas na manga, tem em torno de si parte da mídia e atores políticos locais. A oposição, por hora, não tem sequer um nome.
📌 Observação: a opinião é de responsabilidade de seu autor e não representa um posicionamento do jornal O Pedreirense.