Saímos de nosso território para a 09°edição de Curadoria de Conteúdos Jornalísticos Independentes nos estados do Nordeste, a Cajueira, um veículo de comunicação que informa sobre jornalismo local, “colhendo projetos” sem vínculos políticos, sem amarras, incentivando o jornalismo independente, que na edição “Desertos de notícias e as lições do jornalismo no interior”, trouxe nossa perspectiva, em “vozes dos territórios”, onde falamos sobre a origem e a importância deste grande projeto jornalístico (O Pedreirense), em levar informação checada, com responsabilidade, principalmente em tempos de crise, para a população de Pedreiras, Maranhão.
Cientes dos desafios diários que é o fazer jornalismo no âmbito local, a Cajueira, que reconhece, através da visibilidade projetada, os diversos veículos de comunicação independente, Nordeste à dentro, se debruça nas discussões desses espaços com uma linguagem peculiar que atrai o leitor e desperta o entendimento sobre os problemas que dificultam o acesso à informação, como ocorre no Nordeste, segunda região brasileira mais afetada pelos “desertos de notícias”- escassez da mídia local- segundo mapeamento do Atlas da notícia.
“Quem mora nesses desertos não tem meios confiáveis para se informar sobre sua cidade. Porque é o jornalismo local que denuncia problemas cotidianos, como a falta de saneamento básico, e cobra ações do poder público municipal. Na pandemia, os jornalistas do território também informam sobre as vagas nos hospitais, a fila da vacinação e acompanham histórias que dão a dimensão humana da crise fora das capitais”, complementa a equipe Cajueira.
Encontrar nos intervalos desta missão – que é informar – o reconhecimento necessário para a compreensão de que estamos no caminho, colaborando com o interesse público, educando e ouvindo a comunidade, é gratificante. “Um trabalho coletivo, onde mãos e mentes trabalham para levar a informação detalhada, com profundidade e humanização. Somos formadores de opinião e entendemos que cada palavra escrita e dita, refletirá no cotidiano de cada leitor/ telespectador.
Acompanhe agora o trecho de nossa participação na 09° edição da Cajueira:
Vozes dos territórios
No município de Pedreiras, no Maranhão, quatro jovens jornalistas criaram um portal independente chamado O Pedreirense. As coberturas são focadas em vozes locais e narram histórias de moradores da região do Médio Mearim.
O Pedreirense tem origem, diz um dos fundadores, Joaquim Grigório, no entendimento de que a cidade existe para além de uma matéria de poucos minutos no Jornal Nacional. “Nasce da urgência de um jornalismo que enxergue bem mais, que reconheça nossa força”, diz.
A cheia do rio Mearim mobilizou a cobertura do Pedreirense no começo deste ano. Atingiu sobretudo ribeirinhos, como Martinha Pereira, que ficou desabrigada. Na reportagem “Mearim: um rio que sempre volta”, o portal mostrou que a tragédia, no meio da pandemia, recaiu sobre as populações mais vulneráveis.
Em uma crise como a cheia do Mearim, a cobertura local ajuda a pluralizar narrativas, analisa Joaquim. “O território é um lugar vivo e tem maneiras próprias de falar sobre si. O olhar de fora é mais seletivo e traz consigo, por vezes, estereótipos que são fortalecidos na cobertura”, defende o jornalista do Pedreirense.