Encontrar histórias é uma das magias do jornalismo. Algumas carregam um peso maior que outras, mas em todas o mesmo propósito: contá-las. Quase nunca sabemos o que nos espera em uma pauta e dessa vez não foi diferente.
Véspera de Natal (24), partimos rumo ao Morro da Balança, local popularmente conhecido pelo ‘lixão’, que concentra os resíduos da cidade de Pedreiras, Maranhão. Mas para além disso, abriga e gera renda para, pelo menos, dez famílias pedreirenses.
Dentre as muitas faces da comunidade, encontramos Valdemir dos Santos, 60 anos. Com uma vassoura em mãos, na tentativa falha de varrer a poeira ocasionada pelas caçambas que transitam, para lá e para cá. Iniciamos um diálogo. Sem hesitar, seu ‘Demir’ logo nos permite acompanhá-lo durante parte do dia, até a virada de Natal. O nosso objetivo? Mostrar uma realidade que na teoria está distante de muitos, mas na prática, acha-se a pouco mais de 2 minutos da cidade, em um local aonde o espírito natalino, assim como as luzes, não chegaram.
Para ele, um dia como qualquer outro: trabalhando para sustentar a esposa, as duas filhas e os dois netos. Não tem véspera e nem Natal que o impessa de subir o Morro da Balança para coletar materiais recicláveis. Nos intervalos da lida, se reúne com outros moradores em um templo da “Assembleia de Deus”, improvisado, próximo a sua casa.
No documentário “O Morro da Balança e suas cores de Natal”, o cenário das mesas fartas, das decorações reluzentes e da confraternização “gratiluz” deste dia, fora substituído pelos entulhos, a poeira e o forte odor presente na comunidade. Em seu Demir, além da força e a esperança, o que prevalece, vez ou outra, é o sorriso, mesmo diante de tanta desigualdade social.
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