“Honra e trabalho”, esse é o lema do governo de Antônio França, atual prefeito de Pedreiras, Maranhão, que durante quatro anos teve uma expressiva visibilidade política na cidade, onde para alguns apresentou à população uma atuação distante do slogan que carrega em sua gestão, mas para outros não é lá de todos o pior gestor que já passou pela princesa do Mearim. Entretanto, caminhando para o fim de seu mandato, Antônio França, apresenta mais um episódio de sua questionada gestão, após a paralisação dos trabalhadores que recolhem o lixo da cidade.
A reinvindicação, que aconteceu na última sexta-feira (11), deu-se, segundo os funcionários da coleta, após o atraso da prefeitura em repassar o pagamento à empresa privada, a qual o serviço é prestado. Em meio à espera dos trabalhadores e da população pedreirense que aguardava o recolhimento dos resíduos há dias, o cenário da cidade se transformava pelo acúmulo de lixo, chegando a ser satirizada como “decoração natalina”, em páginas de humor.
A prefeitura repassou o pagamento à empresa um dia após a mobilização dos trabalhadores, afirmando que na segunda-feira (14) os trabalhadores voltariam às atividades, mas foi somente nesta terça-feira (15), “com o dinheiro em mãos”, que houve o retorno e a coleta do lixo em alguns bairros, devido à grande quantidade de lixo acumulado, não foi possível retirar todos os resíduos durante a manhã.

Em algumas ruas periféricas da cidade, localizadas no bairro parque Henrique e no bairro Goiabal, o caminhão não passou. Conversando com o senhor Sebastião Alves da Silva, de 73 anos, morador da Rua Getúlio Vargas, no Goiabal, ele ressalta que pela primeira vez não presencia a chegada do caminhão de lixo há quase quatro dias. Surpreso ao descobrir sobre a greve dos funcionários ele declara: “com certeza eles tem seus motivos”, contou seu Sebastião.
A crítica à atual gestão pode ser colocada como pauta central, mas analisando à fundo todo o contexto por trás de tal acontecimento, centralizo o enredo na coragem e nas vozes dos trabalhadores que realizaram suas reinvindicações mesmo atentos aos riscos que a esfera privada apresenta à classe trabalhadora. A mesma classe que tem seu direito diariamente colocado em risco em meio a reformas de privatizações, favorecendo àqueles que muito têm.
Tal acontecimento também evidenciou a importância de valorizar profissões que muitas vezes são marginalizadas na sociedade, mas que sem elas, não há um bom funcionamento e o bem-estar da população fica ameaçado. Esse é um fator que em muito depende de nossos gestores.