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quinta-feira, dezembro 12, 2024

‘Fraudes em licitações e desvio de verbas federais’: Construservice na mira da PF

Empresa ganhou licitação da obra do Maria Rita


Que a “face obscura da Construservice” -empresa que ganhou licitação para realizar a tão esperada obra do bairro Maria Rita, em Pedreiras (MA)- já havia sido repercutida, você já deve saber, mas em meio aos calejados questionamentos dos moradores do bairro sobre o início da obra, um novo episódio desta saga é transmitido nacionalmente. Isto porque, nesta quarta-feira (20) a Polícia Federal cumpriu um total de 16 mandados de busca e um de prisão em uma investigação que mira fraudes em licitações e desvios de verbas federais na estatal Codevasf, que tem a empresa Construservice como “a vice-líder em licitações da estatal federal”, segundo reportagem divulgada pela Folha de São Paulo, em 04 de maio de 2022.

É importante ressaltar que a Codevasf -Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba-Turbinada por bilhões de reais em emendas parlamentares, é uma estatal federal entregue por Bolsonaro ao controle do centrão em troca de apoio político.

A operação, realizada nesta manhã (20) ocorreu em diferentes cidades do Maranhão, entre elas São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas. Durante a ação, Eduardo José Barros Costa, também conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP, apontado na reportagem da Folha de São Paulo, como sócio oculto da Construservice, foi preso nesta quarta (20). Sob Eduardo já era atribuído a suspeita Sobre ele paira a suspeita “de comandar uma quadrilha responsável por crimes em mais de 40 municípios do estado, pelo menos de 2009 a 2012, entre eles desvios de recursos federais do Ministério da Educação”, diz o jornal Folha de São Paulo.

Empreiteira alvo de operação da PF é vice-líder em licitações na gestão  Bolsonaro
Foto: Arquivo Polícia Federal

Chama atenção os contratos da empreiteira co o governo federal, firmados após 2019, ou seja, no governo Bolsonaro. A empresa também só recebeu recursos federais na atual gestão, segundo dados do Portal da Transparência. A operação desta quarta-feira foi batizada de Odoacro e apura, segundo a PF, a existência de um “engenhoso esquema de lavagem de dinheiro, perpetrado a partir do desvio do dinheiro público proveniente de procedimentos licitatórios fraudados.”

A PF também revela detalhes das investigações: “Descobriu-se que são constituídas pessoas jurídicas de fachada, pertencentes formalmente a pessoas interpostas, e faticamente ao líder dessa associação criminosa, para competir entre si, com o fim de sempre se sagrar vencedora das licitações a empresa principal do grupo, a qual possui vultosos contratos com a Codevasf”, diz a Polícia Federal.

O líder apontado pela PF colocava empresas em nome de terceiros e utilizava contas bancárias em nome de CPFs falsos para dificultar a atuação dos órgãos fiscalizadores. O nome Odoacro faz referência a sobrenome do soldado italiano que capitaneou uma revolta que colocou fim ao Império Romano.

Na repórtagem A face obscura da Construservice na Folha de São Paulo; empresa será responsável por obra no Maria Rita, você confere mais detalhes.

Eduardo DP em liberdade provisória com tornozeleira

A estada de Eduardo José Barros Costa, também conhecido como “Eduardo DP”, pela cela 01, do Centro de Observação Criminológica e Triagem de São Luís, o COCTS, do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, durou pouco. Mas tempo suficiente para vestir laranja e posar para a clássica fotografia que não vai parar em um porta-retrato. Sob pagamento de fiança no valor de 100 salários mínimos, ou seja, R$ 121.200,00, Costa obteve liberdade provisória foi concedida por Luiz Régis Bomfim Filho, juiz federal substituto da 1ª Vara Criminal de São Luís. Ele determinou o uso de tornozeleira eletrônica.

O empresário é apontado como sócio oculto da Construservice, empreiteira que utiliza laranjas. “A Polícia Federal suspeita que tem origem na Codevasf um esquema de fraude em licitações com verba federal para beneficiar a Construservice”, explica o jornal Folha de São Paulo.

“A prisão foi determinada apenas com base na visão unilateral do Ministério Público e da Polícia, sem que o investigado tivesse sequer a oportunidade de esclarecer, oral e documentalmente, as apressadas conclusões que redundaram na formulação do pedido de prisão, agora revogado”, diz sua defesa.

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Mayrla Frazão
Mayrla Frazãohttps://www.opedreirense.com.br
Jornalista - Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão (UniFacema)
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