Três casos de violência contra indígenas Guajajara foram registrados em menos de duas semanas no Maranhão. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nos últimos 10 anos já foram registrados ao menos 35 casos de assassinatos no estado, muitos deles na região da Terra Indígena Arariboia, onde moram os Guajajara, um dos maiores grupos indígenas do país, que habitam em diversas regiões do Maranhão.
O último assassinato registrado ocorreu neste domingo (11), contra o indígena Antônio Cafeteiro Silva Guajajara, morto com seis tiros, na estrada do Povoado Jiboia, no município de Arame, a cerca de 600 km de São Luís.
No dia 3 de setembro, Janildo Oliveira Guajajara, que já foi Guardião da Floresta, foi assassinado com tiros nas costas, em Amarante do Maranhão. Novamente no município de Arame, Israel Carlos Miranda Guajajara morreu após ser atropelado e a polícia confirmou que se trata de um caso de homicídio.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de Arame, Tiago Castro, em entrevista ao g1 Maranhão, informou que Antônio Cafeteiro Silva Guajajara morava na aldeia Lagoa Vermelho, na Terra Indígena (TI) Arariboia. A polícia segue investigando o caso, mas ainda não deu detalhes sobre as circunstâncias do crime.
“Os povos indígenas já têm avisado, já têm feito denúncias e chamamos para que todos abracem as causas indígenas. É o papel da sociedade civil lutar junto conosco pelas demarcações das terras e contra a destruição dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal. Estão sob risco devido ao desmonte da política ambiental e da política indigenista brasileira”, ressalta Dinaman Tuxá, advogado e coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
“Não temos segurança em nosso próprio território. E é reflexo do descaso do governo brasileiro e de um um órgão como a #FUNAI que devia garantir a proteção nos territórios simplesmente ignora essa realidade”, afirmou a comunicadora, Lídia Guajajara, via Twitter.