O carnaval nem sempre foi sinônimo de todos juntos e misturados. Em certo período da história, no nostálgico século XX, esta manifestação artística ocupava os clubes recreativos, incorporando uma forma segmentada de comemorar o tradicional carnaval brasileiro. Em Pedreiras, no Maranhão, a alegria dos foliões acontecia na Associação dos Rotarianos e no Lítero Recreativo Pedreirense, dois grandes clubes da época que recebia a classe média da cidade em seus primeiros anos, como contam as pessoas da época. Outro clube, este bastante popular, era a União Artística Operária Pedreirense, acessível às pessoas que não tinham tanta condição financeira, em sua maioria negros.
Com o tempo o carnaval foi unindo pessoas, gostos musicais e trazendo maior representatividade, este período foi amplamente marcado pela realização do primeiro carnaval de rua, que aconteceu em 1889, no mandato da primeira prefeita de Pedreiras, Graça Melo. Em certo período da história, o carnaval de Pedreiras o chegou a ser considerado o terceiro mais animado do maranhão, que logo foi agraciado com a chegada dos festivais de marchinha que tiveram início na gestão do ex-prefeito Lenoilson Passos.
Este ano, distante dos bloquinhos de rua, dos trios-elétricos e das escolas de samba, o enredo se baseia nas lembranças das folias nas ruas, nas cores e sorrisos. Não é à toa que o carnaval se tornou um símbolo de cultura, tradição e representatividade que ao longo de décadas passeia por gerações e em cada período, fez história na vida de quem viveu e vive este dia simbólico.
Em decorrência da pandemia da Covid-19, o carnaval não desfilará pelas ruas da cidade neste ano de 2021, um sentimento que imerge no trecho do poema, tão atemporal quanto seu sentido, “Fantasia e Realidade” do poeta pedreirense Samuel Barrêto:
[…Uma dura fantasia. Se eu fosse o próprio amor, teria as minhas armas para combater a dor. Chorar… viver e ter que aceitar a dura realidade …]
Neste 16 de fevereiro, Dia de Carnaval, enfrentamos uma dura realidade, porém necessária, onde viver uma das melhores épocas do ano pelas ruas, Brasil à fora, tornou-se apenas uma mera fantasia. Como ressalta o artista, vestir a fantasia da realidade às vezes pode ser um ato de dor, mas as armas para combatê-la serão sempre o amor com gosto de saudade.
“E por falar em saudade…” neste dia atípico, de 16 de fevereiro, preparamos um vídeo de memórias para você relembrar/conhecer a história dos primeiros carnavais de Pedreiras, marcada pelos clubes recreativos Lítero, Rotary e União e entender a sua contribuição no contexto social a partir de sua chegada às ruas de Pedreiras. Acompanhe:
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conserta a data que esta errada a que esta abaixo da foto e que esta no texto esta “1889”