“Essa luta deve ser todos os dias e em todos os espaços, inclusive começando de casa, porque é muito presente todo tipo de violência contra as mulheres e principalmente a impunidade nesses atos de violência. Nossa ação hoje, no centro de Pedreiras, é para dizer que basta! Já chega! A gente precisa ter coragem e além disso, trazer mais mulheres para nosso movimento”, destaca Betsaida de Sousa Moreira, Educadora Popular e Coordenadora de Projeto Social da ASSEMA. Uma entre dezenas de mulheres que ocuparam a famosa “Rotatória do Banco do Brasil”, durante ato que evocou o 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.
O movimento foi organizado pela Marcha Mundial das Mulheres, Liga das Mulheres Pedreirenses, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de Pedreiras (SMPM), Associação em Área de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão (SINPROESEMMA). Contando com a participação da Câmara de Vereadores de Pedreiras, sendo representada pela vereadora Ceiça Feitosa, e do Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Pedreiras (SINDSERPE), representado por Ana Roberta Alves Teixeira, que preside a entidade.
“Uma das maiores importâncias para o movimento das quebradeiras, o maior de mulheres da América Latina, é defender, lutar e cuidar das mulheres. Não devem ser maltratadas. A gente tá fazendo esse protesto, porque chega de maus-tratos à mulher. A gente não tem mais condições de ficar calado. Basta de violência contra as mulheres em todo o mundo”, argumentou Edsonete Moura Gomes, que levou para o ato a bandeira do MIQCB.
O grupo ocupou os dois sentidos da Avenida Rio Branco, na área comercial de Pedreiras, cidade polo na Região do Médio Mearim, interior maranhense. O ato silencioso procurou chamar a atenção de quem trafegava pelo centro da cidade, através de cartazes que condenavam qualquer ação, verbal, física e psicológica, que possa ser caracterizada como violência contra a mulher. “Mulher é pra ser respeitada”, dizia um dos cartazes.
A Ligas das Mulheres em Pedreiras, como explica Francinete Braga, ativista social e fazedora de cultura, nasceu com a finalidade de trabalhar em parceria com diversas organizações sociais, sendo criada em paralelo com o Centro de Consciência Negra de Pedreiras. Em 2020, a ideia foi retomada e a liga passou a desenvolver diversas ações. “Ela renasce e vamos fortalece-la, trazendo mais mulheres, fazendo encontro nas comunidades. Fazendo esse trabalho que iniciamos, mas assim, de forma pontual, onde a cada eventualidade que ocorra, como violência, racismo, nos encontramos para fazer manifestos”. Ainda de acordo com Francinete, a liga objetiva “trabalhar as questões femininas, feministas, direitos e sim, serão bem-vindos homens de luta, com ideias parecidas com as nossas”.
Por Joaquim Cantanhêde