COBERTURA
Sem aceitar derrota nas urnas, golpistas bolsonaristas invadiram o STF. Isso após confrontarem um contingente policial desproporcional, na Esplanada dos Ministérios, e subirem a rampa do Congresso Nacional, em Brasília, neste domingo (08). “150 terroristas já estão presos em flagrante por depredação do patrimônio público, de acordo com o colunista Valdo Cruz. Forças de três estados vão auxiliar na segurança em Brasília. A PF identificou a centralização do planejamento dos atos terroristas”, informa o portal G1.
Durante ato antidemocrático no Palácio do Planalto, policiais dialogam com criminosos, enquanto outro filma a invasão. Repercute em outras imagens a forma “conivente” que parte da força de segurança vem lidando com a situação.
LULA SE PRONUNCIA SOBRE ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS
DECRETO ASSINADO POR LULA PARA INTERVENÇÃO FEDERAL NO DISTRITO FEDERAL


Ainda na noite de domingo Lula informou ter estado no Palácio do Planalto e no STF. “Os golpistas que promoveram a destruição do patrimônio público em Brasília estão sendo identificados e serão punidos. Amanhã retomamos os trabalhos no Palácio do Planalto. Democracia sempre. Boa noite.”

MINISTRO DA JUSTIÇA
“Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça.”
A publicação fora feita, por @flaviodino, Ministro da Justiça.
REAÇÃO DOS TRÊS PODERES
Manifestação conjunta dos presidentes dos Poderes da República, assinada na manhã de segunda-feira (09), em repúdio aos atos golpistas em Brasília.

SENADO E CÂMARA DOS DEPUTADOS
“Conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contato permanente. O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação.
Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, alem da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, diz Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, há pouco, em publicação no Twitter.
“O Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira se manifestar pacificamente. Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo.
Os responsáveis que promoveram e acobertaram esse ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei.
A democracia pressupõe alternância de poder, divergências de pontos de vista, mas não admite as cenas deprimentes que o Brasil é supreendido nesse momento. Agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição”, disse Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados.
GOVERNO DO DF
“Estou em Brasília monitorando as manifestações e tomando todas as providências para conter a baderna antidemocrática na Esplanada dos Ministérios.
Determinei a exoneração do Secretário de Segurança DF, ao mesmo tempo em que coloquei todo o efetivo das forças de segurança nas ruas, com determinação de prender e punir os responsáveis. Também solicitei apoio do governo federal e coloco o GDF à disposição do mesmo”, disse @IbaneisOficial (MDB), afastado por 90, por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, do STF.
“Absolutamente NADA justifica a existência de acampamentos cheios de terroristas, patrocinados por diversos financiadores e com a complacência de autoridades civis e militares em total subversão ao necessário respeito à Constituição Federal. Absolutamente NADA justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”, argumenta o ministro da Suprema Corte.

A MANHÃ SEGUINTE
O MUNDO OLHA PARA O BRASIL

Jornal The New York Times
Dois meses depois que Jair Bolsonaro perdeu sua candidatura à reeleição para a presidência, apoiadores furiosos invadiram o Congresso do Brasil e os escritórios presidenciais no domingo.
Emmanuel Macron, presidente da França
“A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O Presidente @LulaOficial pode contar com o apoio incondicional da França.”
Alberto Fernández, presidente da Argentina
“Estamos juntos com o povo brasileiro para defender a democracia e não permitir #NuncaMás a volta dos fantasmas golpistas promovidos pela direita.”
Biden, presidente dos Estados Unidos
“Condeno o atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com @LulaOficial.
Gabriel Boric, presidente do Chile
“Ataque inapresentável aos três poderes do Estado brasileiro pelos bolsonaristas. O governo brasileiro tem todo o nosso apoio diante desse covarde e vil ataque à democracia.”
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil
“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra.
Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade.
No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil.”
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil
“A barbárie de hoje é efeito direto da irresponsabilidade de todos que apoiam, financiam ou se omitem diante de atos antidemocráticos. Que sejam, na forma da lei, punidos em nome da República e da democracia, covardemente atingidas mais uma vez.”
Papa Francisco, líder da Igreja Católica Apostólica Romana
“Penso nos vários países das Américas onde as crises políticas são carregadas de tensões e formas de violência que exacerbam os conflitos sociais. Penso especialmente no que aconteceu recentemente no Peru e, nas últimas horas, no Brasil”
Justin Trudeau, primeiro ministro do Canadá
“O respeito aos direitos democráticos das pessoas é fundamental em qualquer democracia – inclusive no Brasil. O Canadá condena veementemente os atos violentos perpetrados hoje e reafirmamos nosso apoio ao Presidente @LulaOficial e às instituições democráticas do Brasil.”
Carlos Brandão, governador do Maranhão
“As cenas de hoje são inacreditáveis, mas o presidente @LulaOficial garantiu que trabalhará para punir todos os envolvidos, inclusive os financiadores. O nosso país precisa de paz e não pode mais ser destaque negativo no mundo por atos antidemocráticos.”
Vanessa Maia, prefeita de Pedreiras (MA)
“O que mais me chama atenção nessas cenas de terror é imaginar que essas pessoas acham que isso é democracia. De onde eles acham que virão os recursos para reformar todos os prédios? É do povo brasileiro.
Esses atos vão contra tudo que nossa constituição prega e demonstra total fragilidade da segurança não só do DF, mas também do novo Governo. Segundo informações, os movimentos estavam sendo monitorados, logo, as ações efetivas já deveriam terem sido tomadas. Então, é uma tragédia que poderia ter sido evitada.”
Deibson Balé, prefeito de Trizidela do Vale (MA)
“Manifesto meu repúdio contra os atos antidemocráticos ocorridos hoje em Brasília. Em nosso Estado Democrático, existem meios pacíficos de protesto. Nada justifica o que vimos hoje. Manifesto ainda meu apoio a todas as instituições que foram covardemente atacadas.”

Simplício Araújo, ex-deputado federal, ex-secretário do estado do Maranhão e candidato ao governo em 2022, se manifestou no Twitter sobre a ação de extremistas bolsonaristas, pró-golpe, que confrontam a polícia na Esplanada, sobem rampa do Congresso Nacional, invadem o STF e o Palácio do Planalto, em Brasília, neste domingo (08).
O REPÚDIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO MARANHÃO (MP-MA)

ABRAJI E JEDUCA REPUDIAM INVASÃO GOLPISTA EM BRASÍLIA E ATAQUES À IMPRENSA POR CRIMINOSOS
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) condenam a invasão dos prédios do Congresso Nacional, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, por criminosos neste domingo (8.jan.2023). Também repudiam ataques a jornalistas que tão somente cumpriam seu papel de acompanhar e reportar esses eventos que atentam contra a democracia brasileira.
Ao menos cinco jornalistas foram agredidos ou tiveram seus equipamentos quebrados e até mesmo roubados, segundo informações fornecidas pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. Foi o caso do fotógrafo da Folha de S.Paulo Pedro Ladeira, que foi chutado, empurrado e teve o equipamento roubado pelos vândalos, enquanto cobria as manifestações golpistas.
“Enquanto me agrediam, diziam que estavam lá para tomar o Brasil, e que eu estava ali para f… com eles, porque eu era fotógrafo”, disse ele, acrescentando que outros colegas foram atacados.
A Abraji, assim como a Jeduca e outras organizações de liberdade de imprensa, vinha relatando e denunciando a escalada da violência dentro desses grupos extremistas, sem que o poder público e as forças de segurança tomassem providências adequadas. De 30.out.2022 a 6.jan.2023, a Abraji em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) registrou 77 ataques de violência política contra a imprensa.
A Abraji localizou, em grupos de mensagens bolsonaristas, ameaças de invasão também a meios de comunicação como forma de coagir, constranger e impedir o exercício do jornalismo. A liberdade de imprensa tem garantia constitucional e um jornalismo livre e seguro é fundamental para manter o Estado Democrático de Direito.
A baderna e a destruição promovidas nas sedes dos Três Poderes ferem a democracia brasileira e emulam o episódio da invasão do Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, em 6.jan.2021, protagonizada por apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Uma das mais completas reportagens sobre o episódio norte-americano foi feita pelo New York Times, e a repórter Haley Willis contou como ela foi realizada no Congresso da Abraji de 2022.
A Abraji e a Jeduca repudiam de forma veemente a invasão e os ataques aos poderes e à imprensa, e se solidariza com os jornalistas agredidos, seus familiares e colegas. E exorta as autoridades públicas a identificar e responsabilizar os culpados pelas tristes cenas registradas no coração político do Brasil.
O FATOR ANDERSON TORRES

Ainda na tarde de domingo (08), o advogado-geral, Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União) pediu ao STF a prisão de Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que teve a exoneração (ocorrida durante os ataques) publicada Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) nesta segunda-feira (9). De férias em Orlando (EUA), ele é acusado de omissão diante do caos terrorista, no coração da República.
Torres foi também ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em nota, ele disse: “Eu vivi, sem sombra de dúvidas, o dia mais amargo da minha vida pessoal e profissional.”
Ainda no domingo, Othelino Neto (PCdoB), deputado que preside a Assembleia Legislativa do Maranhão, tratou de revogar, a partir do Projeto de Resolução Legislativa 001/23, o Título de Cidadão Maranhense a Anderson Torres, ocorrido em 27 de junho de 2022, via Resolução Legislativa 1.098/22.
“Protocolei há pouco um Projeto de Resolução Legislativa que revoga o Título de Cidadão Maranhense concedido ao senhor Anderson Torres, exonerado hoje da secretaria de Seg. Pública do DF pela clara omissão nos atos terroristas”, disse o deputado, em suas redes sociais.
Prisão decretada
O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, teve a prisão decretada na tarde de terça-feira (10), pelo Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Sobre Torres pesa a acusação de que “houve criminosa omissão do Governador do Distrito Federal, que terá anuído e concorrido, de maneira consciente e voluntária, para os gravíssimos crimes verificados em 8 de janeiro de 2023, em Brasília”, isso segundo ofício da Procuradoria-Geral da República, enviado à Justiça.
É importante lembrar que Torres, aliado de primeira hora do ex-presidente Bolsonaro, era o secretário de segurança pública no governo estadual de Ibaneis, no dia da invasão terrorista ao coração dos poderes da República, em Brasília. Sendo exonerado pelo agora governador afasta, diante da pressão e questionamento quanto a conduta de ambos.