No jogo empoeirado da ‘política’ nossa de cada dia, as demissões fazem parte. Nos chegam relatos de que dezenas ficaram sem emprego na última semana – questão que apuramos e publicaremos em breve. O hospital de campanha que funcionava em anexo ao Hospital Dr. Walber Rodrigues da Cruz não mais existe e os laços políticos entre o poder municipal e o Governo do Estado do Maranhão se converteram em cabo de guerra. A roda gira em uma velocidade – quem tá por cima no dia seguinte se acha por baixo, mas no fim das contas, nós bancamos o parquinho.
“Hoje fui informado que não estaria mais na escala das segundas e sextas do Hospital Regional, a menos que entrasse em contato com um político da região, coisa que não o fiz por motivos óbvios. Dessa forma a partir de hoje não faço mais parte dessa Unidade Hospitalar, e serei substituído por um colega ainda desconhecido, com certeza de fora pq [porque] hoje em Pedreiras, pois Médico que faz UTI, residente em Pedreiras, há apenas eu e Dra Taina”, disse Dr. Bruno Curvina em grupo de WhatsApp.
A reação viria minutos depois, no mesmo terreno áspero da rede social, assinada por Simplício Araújo, Secretário de Indústria, Comércio e Energia (Seinc), que encabeça apoio ao nome de Carlos Lula, Secretário de Estado da Saúde, para deputado estadual:
“Com relação aos que citam o meu nome, ou induzem, covardemente outros a fazerem isso, esclareço que estou à disposição para esclarecer qualquer situação.
Não tenho relação direta com a gestão de saúde estadual, mas em relação as demissões, busquei saber a razão de todas as mudanças ocorridas nos últimos dias no hospital regional e todas, absolutamente todas, tem justificativas para os afastamentos, com exceção da irmã da prefeita e do médico Walber Filho, que pediram afastamento, conforme registro por carta ou mensagens de WhatsApp.
Eu reitero que apenas busco ajudar a todos, como fizemos por exemplo ao buscar todas as formas de custear aluguel e pagamentos de exames na Clínica onde funcionou o hospital de campanha de Pedreiras, que recebeu milhões de reais pelos serviços prestados no período.
Torço para que o novo hospital encontre a estabilidade no seu funcionamento o mais rápido possível, mesmo com as mudanças que estão em curso.
Continuo com a mesma opinião de sempre, que os filhos de pedreiras, profissionais de saúde possam estar sempre à disposição da população, sejam no serviço público estadual, municipal ou mesmo privado.”
No emaranhado de reações, interlocuções, ainda em grupo do WhatApp, Bruno disse desconhecer a carta, mas que a demissão não lhe seria surpresa: “O que me estarrece é o falso moralismo pois até outro dia os ‘médicos da cidade’ teriam prioridade, inclusive virou matéria de blog, e normalmente quando alguém eh substituído existe alguém pra entrar no lugar por vezes mais capacitado e no meu caso não foi assim, apenas pediram pra sair sem se quer procurar alguém pra me substituir de forma fixa, soube que arrumaram outro agora a noite pra pagamento a vista”, argumentou o médico.
Simplício tinha na manga um print, que tratou de expor, a fim de provar o pedido de afastamento de Walber Filho. Mas a julgar pelas palavras seguintes, a manga tá cheia: E” também tenho uns prints interessantes da época da montagem do hospital de campanha, que não acho interessante publicar, mas se quiserem politizar, podem vir que aqui eu nunca abri de esclarecer nada na minha vida. Não envolvam meu nome, senão vou ter que começar a mostrar quantas cruzes já carreguei pra poder ajudar nossos irmãos da região, principalmente em plena pandemia.”