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quinta-feira, dezembro 12, 2024

Caso Hamilton Bandeira: “caiu bem aqui nos meus pés”, diz avô de 99 anos

 “Eles foram entrando aqui. Vim de lá para cá e quando cheguei: ‘O que é?’. Aí eles disseram: ‘Tem alguém aqui?’. Eu disse: ‘Tem, eu e meu filho’. E quando eu disse assim, o menino [Hamilton] pulou da cama e puxou essa aqui. Apontou só o peito e a cabeça dele. Aí ele [policial civil] foi dizendo assim: ‘É esse aqui mesmo”, e a tirou nele. Caiu bem aqui nos meus pés. Ele só fez dizer: ‘Oh papai’”.

Relato do avô (99) de Hamilton Cesar Lima Bandeira, jovem de 23 anos, que tinha transtornos mentais, morto por homens da Polícia Civil do Maranhão na sexta-feira (18).

A ida deles à casa de Hamilton, no povoado Calumbi, munícipio de Presidente Dutra, teria se dado após denúncia de apologia a Lázaro Barbosa, criminoso conhecido como “serial killer do DF”, que até o momento não fora capturado. Hamilton teria lhe desejado “boa sorte” em uma rede social.

A versão apresentada em nota pela Polícia Civil do Maranhão contradiz a versão do avô de Hamilton. “Quando chegaram ao local, os policiais foram ameaçados pelo suspeito que estava de posse de uma arma branca (faca). Para conter a situação um dos policiais atiraram e um dos disparos atingiu o rapaz”.    

“Não há elemento para dizer isso, o que foi dito anteriormente. O assassinato tecnicamente isso não está demonstrado. Isso será demonstrado dentro do inquérito policial se houve ou não. Se houve, eles responderão dentro das normas legais. Se não houve, terão os permissíveis de lei para o ato que praticaram. Isto é definido dentro do inquérito policial, não há um juízo que mostre antecipadamente que eles cometeram crimes e que sejam afastados das suas atividades”, disse Jefferson Portela, secretário estadual de Segurança Pública, destacando que os agentes envolvidos não serão afastados até a conclusão do inquérito policial.

De acordo com o Ministério Público do Maranhão (MP-MA), Hamilton foi atingido por dois dos três disparos efetuados. Só o laudo médico pode afirmar que regiões do corpo foram atingidas. A perícia na residência onde o fato ocorrera só foi feita na terça (22), quase dois dias depois da ação policial. O MP deverá pedir a exumação do corpo de Hamilton César, enterrado sem passar por necropsia no Instituto Médico Legal (IML), procedimento necessário em casos de intervenção policial, fundamental para que hajam laudos sobre os disparos que atingiram o rapaz.

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Joaquim Cantanhêde
Joaquim Cantanhêdehttp://www.opedreirense.com.br
Jornalista formado pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
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