PEDREIRAS (MA)
Professores da Rede Pública Estadual de Educação ocuparam a praça Corrêa de Araújo, em ,Pedreiras, Maranhão, nesta quinta-feira (02), para expor, em protesto, a “desvalorização do governo estadual” ao ignorar novo reajuste nacional no piso do magistério. A medida do reajuste foi anunciada pelo Ministro da Educação Camilo Santana (PT), em 16 de janeiro e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte. Mas até então, de acordo com os servidores, a lei ainda não fora cumprida, um problema que se arrasta há anos no Maranhão.
Em 2022, o reajuste para os professores foi de 33,24%, e o salário passaria de uma média de R$ 2.886 para R$ 3.845,63. A lei do piso salarial da categoria foi sancionada em 2008 e estabelece um reajuste anual, sempre no mês de janeiro. Entretanto, no Maranhão, a lei novamente não fora cumprida, fazendo com que os servidores fossem às ruas manifestar insatisfação contra o reajuste de 8% mantido pelo governo.
De acordo com a Secretaria da Educação [Seduc], o piso salarial de um professor, no Maranhão, em início de carreira, atualmente é bastante acima do piso nacional, um quase slogan do governo ao afirmar que “prioriza a educação”. O governo ainda ressalta: “O piso salarial dos professores na rede estadual do Maranhão continua bem acima do piso nacional. A comparação não deixa dúvidas: R$ 6.867,68 no Maranhão; e R$ 3.845,63 no Brasil. Esses valores já incluem o reajuste de 33,24% anunciado pelo governo federal no mês passado para o piso nacional”, informou assessoria do governo do estado, no início do ano passado.
Neste ano, o governo ainda não se pronunciou sobre o novo reajuste. A Coordenadora Regional do Simproesemma, Gisele Leal, falou sobre a articulação e reivindicação dos servidores. “Nós estamos aqui hoje atendendo uma convocatória da nossa entidade [Simproesemma] e paralisando as atividades por 24h. Caso o governo do estado, de amanhã até segunda-feira, não nos atenda, nós também paralisaremos na terça-feira (07), como protesto”, contou Gisele.
Ela ainda ressalta a falta de compromisso do governo do estado para com a classe. “Até o momento o Governador Brandão ignora a nossa existência e pratica várias Fakenews em todo o território do estado, dizendo que o governo valoriza os servidores, valoriza os servidores, que cumpre a lei, mas não é isso que de fato acontece”, finalizou.
“Falar dessa desvalorização é falar da falta de respeito que os governantes têm tido com a classe dos educadores ultimamente. Nós já vamos para o 9º ano em que a classe vem sendo desvalorizada”, afirma o professor José de Sá Barrêto.
“O nosso salário está achatado. Nós tivemos perdas salariais durante esses anos todos e o governo fica mentindo nas redes sociais, mentindo na imprensa dizendo que nós temos a maior remuneração do Brasil. É mentira, pois eles jutam tudo que está no contracheque e dizem que aquilo é o salário do professor, e não é”, afirmou o servidor.
A paralisação da educação, ainda neste início de ano, é uma possibilidade, caso o governo não atenda ao pedido da classe. Com isso, tanto os servidores, alunos e a população sentirá os efeitos desta crise.
“Uma andorinha só não faz verão, quanto mais gente estiver presente no movimento, quanto mais gente reivindicando, mais força o movimento ganha. Professores, servidores do estado estejam com a gente pra somar nessa luta, que venceremos com certeza”, afirmou o professor Jaime Ribeiro.