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domingo, dezembro 1, 2024

BBB 21: um retrato da sociedade no pós-pandemia?

Está em toda parte, o reality show Big Brother Brasil, atualmente, programa com maior audiência da televisão brasileira, segundo o Painel Nacional de Televisão, ultrapassa também o topo dos assuntos mais comentados diariamente nas redes sociais, principal espaço de diálogos, onde o cancelamento incorpora a “justiça moral”, levando à eliminação os participantes que são incoerentes, que desagradam ao público, que erram. Um programa que nos possibilita apontar o erro do outro e de certa forma ter poder sobre isso, não descartando as muitas interferências da produção do programa.

Conversando com um amigo sobre esse importante experimento social (BBB), claro que iniciamos as indagações comentando sobre as atitudes dos participantes, mencionamos ser essa, a edição com maior número de participantes negros da história do programa, mas o que era pra ser assistido com tamanha representatividade eleva temas como o cancelamento e uma militância que trata principalmente da incoerência e radicalidade de alguns participantes, em contextos inoportunos. Muitos, que antes já criticavam o ato de militar, durante esta edição utilizam tais atitudes como elemento comprobatório, outros dizem ser esta, uma forma errada e nociva de militância, afetando diretamente os movimentos sociais.

Mas em meio a tanta problematização, o que muito chamou a atenção nas primeiras semanas foram as relações de abuso psicológico e os nervos a flor da pele dos participantes, alguns colocando para fora todos os monstros (apatia e insensatez) sem refletir sobre como isso afetaria o próximo, outros retraindo emoções, sentimentos e dores. Mas será se esbarramos na coincidência de presenciar a edição do BBB, que mais causou transtornos à saúde mental dos participantes e de quem está do outro lado da tela, em apenas duas semanas, ou isso é um efeito da pandemia da covid-19?

Twitter da atriz Marina Ruy Barbosa comentando sobre BBB 21 (Fonte: reprodução)

Vinte participantes entraram na casa mais vigiada do Brasil, no dia 25 de janeiro. Mesmo sendo esse, o país que tratou o isolamento social, bem como a pandemia, como meras teorias, porém, de muitas formas sentimos os impactos da Covid-19. A modificação nas relações sociais, o medo, a incerteza e a morte, foram fatores chave para desenvolver e aumentar os casos de ansiedade e depressão, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Sair de um contexto extremamente preocupante e emergente, para um confinamento onde combater um vírus, já não faz mais parte do jogo da vida e convivendo com pessoas desconhecidas, sem esquecer o que você deixou lá fora, é como se o principal desafio fosse aprender novamente a viver em sociedade, dentro de determinadas limitações.

Todas as atitudes dos participantes se intensificam dentro e fora da casa, a ponto de resumir a frase desta edição a “quem ganha é quem sai”, devido ao estado emocional dos confinados. Lá dentro, uma verdadeira batalha em busca da melhor maneira de se relacionar com o outro, onde todo mundo sai perdendo. De fato, esta edição, mais do que nunca, apresentou a fragilidade da mente humana em diversos aspectos: no desencontro de ideias, na falta de compreensão para com o outro, no uso do poder como forma de defesa. Efeito da pandemia ou não, esse é o reflexo de um Brasil que não tem um dia de sossego mental e emocional.

Por: Mayrla Frazão

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Mayrla Frazão
Mayrla Frazãohttps://www.opedreirense.com.br
Jornalista - Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão (UniFacema)
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