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domingo, fevereiro 16, 2025

Áudio| Os números que resumem um país em decomposição

A morte espreitou Bolsonaro naquela tarde de setembro. Esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, foi salvo pelo tão defasado Sistema Único de Saúde (SUS), mas a morte que o chamava deve ter percebido que ele lhe seria mais útil vivo e a pandemia está aí para provar, mas não somente ela.

De vítima, naquela circunstância, a figura pai do bolsonarismo sempre teve o odor mórbido. Os milhares de vídeos que mostram suas opiniões atestam de que sua alegria com a morte precede, em bastante tempo, sua chegada ao poder. Em Bolsonaro a morte achou um abrigo, pois ainda que vivo, ele é o retrato de um país em decomposição. Os números seguintes dizem bastante acerca do Brasil sob o governo “Pátria Amada”.

Ao contrário da perspectiva do presidente Jair Messias Bolsonaro, segundo o qual estamos chegando “ao fim da pandemia”, na quinta-feira (11), o país contabilizou 1.452 mortes por Covid-19 em 24 horas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. O terceiro pior dia em números de mortos na pandemia. O mesmo consórcio aponta que 4,58 milhões de pessoas já receberam 1ª dose da vacina, o que equivale a 2,16% da população brasileira.

Quatro parcelas de R$ 250. Esse é o valor que perpassa as discussões sobre o retorno do auxílio emergencial. Importante instrumento de transferência de renda num país que traz a triste marca de 39,9 milhões de brasileiros vivendo em situação de miséria e não sabe quando estará livre da pandemia, como mostra a reportagem “‘É uma droga’: a vida sob uma casa de taipa”, que produzimos para O Pedreirense.

Enquanto boa parte dos brasileiros enfrentavam filas em prol do auxílio emergencial, o Brasil paralelo das Forças Armadas degustava a famosa picanha, acompanhada de uma gelada cerveja puro malte, no valor de R$ 9,80 cada. Em 2020 foram comprados 700 mil quilos de picanha e 80 mil cervejas. “E não se trata de itens quaisquer. Para um dos cortes de carne mais nobres do País, foram escolhidas como referência peças das mais caras”, explica a matéria do site O Terra.

A Cloroquina, desde o começo da pandemia, se tornou a nota tônica do presidente Jair Bolsonaro, defendida como remédio contra a Covid-19, sem qualquer certificação científica, mas com bastante ressalvas sobre o uso do remédio por parte dos estudiosos da saúde. Mesmo assim, segundo o jornal Folha de São Paulo, sob ordens do Ministério da Saúde, a Fio Cruz produziu 4 milhões de comprimidos de cloroquina, ou seja, dinheiro público sendo empregado numa “solução” não aprovada pela ciência. O gasto girou em torno de R$ 70,4 milhões.

Em 2020, com pandemia e tudo, houve um aumento de 5% nos índices de assassinatos no Brasil. Segundo o site G1, a partir de dados dos estados: “No ano passado, foram registradas 43.892 mortes violentas, contra 41.730 em 2019. Ou seja, 2.162 mortes a mais. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte”.

Não há qualquer sinal de esperança com Bolsonaro no poder e não há qualquer sinal de que deverá cair pelo impeachment. Até 2022 continuará sendo o regente da orquestra fúnebre, liderando uma interface social brasileira desalmada. Ele não caminha só.

Comentário, em áudio, abaixo:

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Joaquim Cantanhêde
Joaquim Cantanhêdehttp://www.opedreirense.com.br
Jornalista formado pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
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