“A América volta 150 anos no tempo”, disse Bide sobre decisão
Vitória para partido Republicano (conservador), desafio para os democratas e derrota para mulheres que lutavam pela manutenção da decisão “Roe contra Wade”, de 1973, que garantia, nacionalmente, o direito ao aborto. Nesta sexta-feira (24), a Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, anunciou a revogação de uma decisão, tido como histórica, que estabeleceu garantias constitucionais federais às mulheres em caso de interrupção da gravidez, sendo o aborto legalizado. Dos 9 membros da Corte, 6 votaram pela derrubada da decisão Roe contra Wade.
“Nós sustentamos que a Roe e a Casey (decisão de 1992 que reafirmou o direito ao aborto nos EUA) devem ser anuladas. A Constituição não faz referência ao aborto, e tal direito não é implicitamente protegido por qualquer disposição constitucional”, escreveu Samuel Alito, juiz que redigiu o novo entendimento. Com isso, cada estado poderá legislar sobre a questão. Especialistas dizem que mulheres ricas poderão viajar a estados progressistas onde o aborto continuará permitido. Já mulheres pobres, segundo eles, deverão recorrer ao aborto ilegal.

“A decisão da Suprema Corte de derrubar Roe v. Wade e dar aos estados a escolha de proibir ou permitir abortos afetará imediatamente 13 estados que têm leis no gatilho”, informa o The New York Times.
“Este é o resultado de décadas de tentativas de acabar com essa lei. É uma ideologia extrema. A Suprema Corte fez algo que nunca havia feito antes, que é retirar um direito constitucional dos americanos. A América volta 150 anos no tempo. As mulheres podem ser punidas por quererem proteger sua própria saúde, ou os médicos serão criminalizados por fazer seu dever de cuidar”, declarou o presidente Biden.