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domingo, fevereiro 16, 2025

A reforma do estádio e o gol de Brandão: nada capaz de encher os olhos

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A mensagem em placas de pedras nos lembram a data: 10 de dezembro de 1967. Na ocasião, o atacante Coca marcara o primeiro gol, no inaugurado Estádio Municipal Marechal Castelo Branco, vulgo Pilizão, durante o inesquecível clássico entre a Seleção de Pedreiras e o time do Moto Club de São Luís, Maranhão. Quase 55 anos depois, é Carlos Brandão (PSB), governador reeleito, que chuta a bola em direção ao gol, que só é feito com uma mãozinha de Francisco Nagib, deputado eleito, aliado e o goleiro.

A cena do pênalti durante inaugurações de espaços esportivos foi uma invenção de Flávio Dino (PSB), agora herdada por Brandão. Em Pedreiras, ela ocorreu na manhã desta quinta-feira (27), por ocasião da reabertura do Estádio Pilizão, reformado. Se em 1967 sua inauguração encheu os olhos dos pedreirenses, especialmente os amantes do bom futebol; desta vez, parte dos olhares buscavam, na obra, algo que lhes impressionassem. Muitos não encontraram.

Antes do campo o palanque, que aos poucos foi sendo ocupado. Sobre ele políticos de toda natureza e índole, inclusive figuras que até ontem, por ocasião do primeiro turno das eleições 2022, se digladiavam. Nas retóricas apontavam para o “bem comum” como motivo que os trazia ali. Naquela altura o mais importante é caber na foto.

Das presenças femininas, duas chamaram a atenção e não por mero acaso. Vanessa Maia, prefeita de Pedreiras, demarcou território, acompanhada de um Fred Maia com cara de ressaca pós eleição, que para ele, poderia ter sido melhor. Sua presença era importante, por ser publicamente, o primeiro contato dela com Brandão, ao qual deixou de lado ao fazer campanha para o senador Weverton Rocha. Como o foguete [ jargão que faz referência ao pedetista] deu ré, estar ali, discursar, é, do ponto de vista político, colocar os pés no chão.    

Estádio Municipal Marechal Castelo Branco, Pedreiras, Maranhão
Foto: Joaquim Cantanhêde

“Só tenho a agradecer e desejar uma excelente gestão. Que o senhor faça, realmente, a diferença na vida de todos os Maranhenses, não só daqueles que votaram e acreditaram no senhor”, destacou Vanessa, depois de externar gratidão pela reforma e fazer um novo pedido. “A gente quer que ele [CAIC] volte a ser escola e tenho certeza de que será nossa Escola Militar”, disse a gestora, colocando sobre as mãos de Brandão uma pasta com papeis relacionados ao pedido.

À direita do governador estava a vereadora Katyanne Leite, que em seu discurso, adotou o já conhecido tom enfático de sua trajetória como oposição ao governo de Vanessa Maia. Sua fala soou como lembrete de que nem todos os presentes, no palco, foram lideranças em prol da candidatura de Brandão. Um discurso para ratificar sua fidelidade política ao mandatário e cobrar ações, inclusive na área da segurança pública.

O velho rio Mearim já vislumbra nosso próximo antagonismo eleitoral, travado por duas mulheres? Será?

Passado na casca do alho, Brandão tratou de apaziguar qualquer aresta da campanha que antecedeu sua vitória, em primeiro turno. Indiretamente disse “venham” aos derrotados nas urnas. Tratou de citar nomes e deixou claro que seu governo será municipalista. Impedido de citar nomes, fez uma defesa subliminar da candidatura do ex-presidente Lula, destacando que ele fora o mais votado, em Pedreiras, no 1º turno.


Estádio Municipal Marechal Castelo Branco, Pedreiras, Maranhão
Fotos: Joaquim Cantanhêde

“Um governo que vai sentar com todo mundo, discutir com o povo. Nós vamos fazer o orçamento participativo, vamos ouvir as comunidades, prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças, pra gente acertar”, disse Carlos Brandão, prometendo construir, em seu governo, 40 Escolas Militares, o que segundo ele pode contemplar Pedreiras, a depender de parceria entre Governo do Maranhão e gestão ‘Tempo de Reconstruir”.

A reforma do Estádio Pilizão tem sua gênese na inauguração do Parque João do Vale, quando em ocasião semelhante, durante discurso, Vanessa Maia formalizou o pedido ao então governador Flávio Dino. Recuperação das arquibancadas – com implantação da cobertura metálica, pintura dos muros, alambrados, recuperação da pista de cooper, além da entrega que kits esportivos para prática de futebol e voleibol. De volta ao campo, não precisa ser especialista para estranhar o dito “gramado”, que sem sobra de dúvidas é um detalhe importante, até mais do que as “paredes pintadas”. É sobre ele que, de fato, a prática esportiva acontece. Tanto quanto o gol do governador, a reforma, cujo valor não consta em placa alguma, não empolgou as torcidas.

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Joaquim Cantanhêde
Joaquim Cantanhêdehttp://www.opedreirense.com.br
Jornalista formado pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
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